O que é cerveja puro malte?
Com certeza, você já se deparou no supermercado com as cervejas puro malte. Pela nomenclatura, temos a impressão de que este é um estilo mais sofisticado. Mas, você sabe qual é a origem do termo puro malte? Nesse post, vamos explicar tudo sobre esse termo técnico e como tudo isso tem a ver com o modelo de produção e os ingredientes utilizados.
- Cervejas puro malte no Brasil
- Processo de malteação
- Leis de Pureza.
Qual a diferença da cerveja puro malte?
Essa nomenclatura foi regulamentada no Brasil por meio de um decreto em 1997. O texto define que cerveja puro malte seria aquela em que o malte é 100% de cevada. Ou seja, no seu processo de malteação, não foi adicionado nenhum outro cereal, a não ser a cevada. Algumas cervejas mais populares utilizam ingredientes adjuntos, como milho ou arroz, para compor os açúcares liberados pelo malte. Assim, barateando os custos e, consequentemente, deixando a cerveja mais leve.
Porém, a nomenclatura de puro malte não é, necessariamente, o único selo de qualidade para a bebida. Algumas cervejas têm seu malte derivado do trigo, por exemplo, que é um cereal de padrão elevado para cervejas. Então, mesmo que uma cerveja não utilize uma mistura de cereais e nem outros ingredientes adjuntos, esta só pode ser chamada de puro malte se o único cereal presente na malteação for a cevada.
Em dois novos decretos, em 2009 e 2019, o decreto original sofreu algumas modificações. Atualmente, uma normativa do Ministério da Agricultura estabelece os padrões de identidade e qualidade para os produtos de cervejaria. No documento, a definição de puro malte segue semelhante: uma cerveja “elaborada a partir de um mosto cujo extrato primitivo provém exclusivamente de cevada malteada ou de extrato de malte”. Em seguida, a normativa esclarece que cervejas que utilizam exclusivamente um único cereal podem ser chamadas de cerveja puro malte + o nome do cereal.
Leis de Pureza
Um dos principais benefícios da cerveja puro malte é o fato de não possuir adjuntos na composição do líquido. No Brasil, não há uma lei de pureza tão criteriosa, como em outros países. A normativa do Ministério da Agricultura determina que só é considerada cerveja a bebida com até 45% de adjuntos cervejeiros na sua composição (sendo os outros 55% de cevada malteada).
Basicamente, consideram-se adjuntos os cereais e derivados adicionados à cevada, outros produtos de origem vegetal, como frutas ou açúcares, e o mel. Como forma de baratear custos, as cervejas mais populares, geralmente, optam por trabalhar com o limite estipulado de 45%. O mais conhecido é o xarope de alta maltose, ou high maltose syrup. Esse adjunto pode ser derivado de cereais como milho e arroz. Esse extrato gera um malte mais barato e uma cerveja mais leve.
Outro padrão utilizado para medir a pureza de uma cerveja é o Reinheitsgebot. Conhecida, também, como Lei de Pureza Alemã, esta é uma série de regulamentos que limitavam os ingredientes da cerveja na Alemanha e nos estados do antigo Sacro Império Romano-Germânico. A versão mais conhecida dessa lei foi adotada na Baviera, em 1516. De acordo com o texto legal, só pode ser considerada cerveja a bebida que contiver unicamente água, malte de cevada e lúpulo. Na época, a levedura não era considerada um ingrediente, embora fosse usada com frequência.
A qualidade das cervejas puro malte no Brasil
É por causa de adjuntos mais processados, como o high maltose syrup, que a cerveja puro malte é vista como uma alternativa mais nobre. Porém, como vimos, existem alguns motivos que explicam o porquê da nomenclatura não ser sinônimo de qualidade.
- A qualidade da cerveja também está atrelada ao seu método de fabricação. Se uma cervejaria não respeita os processos e o tempo necessário para elaboração da bebida, consequentemente, esta perderá qualidade (mesmo que utilize apenas malte de cevada).
- Os adjuntos não são os vilões. Como vimos, o trigo é considerado um adjunto, mesmo sendo um grão que produz um malte de qualidade. Além disso, frutas e legumes podem trazer sabores e aromas especiais para a cerveja, enriquecendo a bebida.
- Cevada colhida fora de época ou a utilização de malte menos fresco também podem ser fatores que prejudicam a qualidade do produto final.
Afinal, o que é malteação?
Durante todo esse texto, falamos sobre o malte e o processo de malteação. Para você que ficou perdido, vamos entender melhor o que significa tudo isso.
O malte é a base da cerveja. Esse elemento é rico em açúcares, que são transformados no álcool da cerveja, depois de entrarem em contato com a levedura. Mas, então, como surge o malte? O processo de malteação se baseia na germinação controlada de um cereal, como a cevada, por exemplo. Para isso, seguem-se alguns processos.
- Maceração: hidratação das sementes do cereal para torná-lo propenso a germinar.
- Germinação: o objetivo é desenvolver enzimas e modificar o amido, tornando o cereal mais macio. O processo é interrompido assim que o grão começa a evoluir para um nova planta.
- Secagem: para preservar as enzimas geradas, os grãos germinados são expostos ao calor para que sequem.
- Crivagem: momento em que são separados os caules e raízes. A matéria final desse processo é o malte.
- Moagem: por fim, o malte é moído, gerando o mosto, que será acrescido da levedura.
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